Entre as conferências que fizeram parte da GAT EXPO Gaming & Technology, realizada em abril no Centro de Convenções Las Americas, em Cartagena das Índias, Colômbia, uma das mais importantes foi, sem dúvida, a Mesa Redonda de eSports, que debateu nada menos que "Como promover os eSPorts na América Latina".  Abaixo, analisamos os principais momentos dessa conversa, na qual um painel de especialistas participou sob a moderação do CEO da GAT, José Aníbal Aguirre.

Depois que José Aníbal Aguirre começou a falar sobre a idade média dos fãs de eSports, que ele explicou ser de cerca de 40 anos, Daniel Arias, Diretor Online da Betplay, tomou a palavra e comentou como a pandemia impactou o crescimento dos eSports.

Ele explicou que "a pandemia marcou um antes e um depois nos eSports.  Antes da pandemia, 60% dos jogadores tinham entre 18 e 25 anos de idade e, depois da pandemia, 40% dos jogadores tinham entre 26 e 35 anos de idade. Eles começaram a passar pela FiFA ou pela NBA, 95% das apostas esportivas são lideradas pela FIFA, temos um enorme potencial para reestruturar as estratégias de marketing voltadas para o público jovem. Acho que temos que encontrar uma maneira de aproveitar esse potencial.

Outro ponto a que ele se referiu é o público especializado, como ele observou: "Os jogos de eSports permitem gerar tráfego adicional para um local especializado, para clientes com idade mais baixa do que a média.  Adicionar a oferta de eSport como uma nova oportunidade de tráfego e levar os jogadores aos jogos é algo que as operadoras precisam avaliar de forma significativa".

Estratégias para atingir o público de eSports

Em seguida, José Luis Osorio, CEO da RetailSoft Solution, tomou a palavra e também falou sobre o desenvolvimento do público de eSports nos últimos anos. Ele explicou que "os eSports e seu público cresceram, onde há competição e público há oportunidades de negócios e onde há dinheiro, há alguém disposto a apostar" e continuou "temos comunidades segmentadas que estão dispostas a apostar e temos que dizer a elas quais são as opções no mercado, é necessário educar alguns públicos que não conhecem os eSports, mas estão dispostos a apostar". Mas ele também enfatizou que "a outra questão que é muito importante é que os operadores de cassino on-line que têm as licenças para esses eSports façam alianças estratégicas com associações que estão sendo criadas ou que as ajudem a ser criadas e essas colaborações darão frutos".  

Por fim, Osorio se referiu às Watch Parties como um espaço para fazer apostas porque, como ele explicou, "quando há finais importantes nos eSports, são criados espaços chamados de watch parties, que consistem em chamar a comunidade e se reunir em um determinado bar. Isso dá consumo ao bar e, se eles tiverem a oportunidade de fazer uma aposta, é uma ótima oportunidade. Acho que as oportunidades são infinitas e elas virão até nós com o tempo.

Por sua vez, Alexander Ospina, presidente da Federação Colombiana de Esportes Eletrônicos, observou que "estamos diante de uma comunidade digital com suas próprias plataformas que o resto não conhece. É lá que vemos o que está acontecendo, não somos mais informados pela mídia tradicional, há outros canais pelos quais as informações chegam. Temos comunidades muito apaixonadas que amam seu esporte. As pessoas de uma certa idade estão perdendo certas características de agilidade e estão procurando outras oportunidades para continuar com sua paixão. É aí que há uma boa oportunidade para apostar, a mensagem é clara: você precisa saber como alcançar essa comunidade para atingir os objetivos necessários.

A importância dos influenciadores nos negócios

No final da conferência, Jayleen Blanco, da Elite League, deixou uma mensagem clara. "É bom ter o apoio de pessoas que entendem de eSports para realizar essas estratégias, porque há muita terminologia específica nessas comunidades e, se não for implementada, a pessoa que a vê pode entendê-la como alguém de outra geração tentando se parecer com ela. Em outras palavras, apenas um pequeno detalhe, como usar um termo que não é usado nos eSports, pode gerar o efeito oposto ao pretendido na publicidade".

Em linha com esse pensamento, Jorge Agudelo, da Race Ring, destacou a importância dos influenciadores e das figuras públicas nos negócios de eSports e jogos de azar on-line.

Ele observou que "temos que contar com os influenciadores, hoje em dia muitas pessoas dão muito valor ao que eles dizem e, com a ajuda deles, podemos impulsionar as apostas" e continuou: "Os influenciadores ou figuras públicas são muito vistos no mercado tradicional de apostas, se você usar um grupo de influenciadores, começará a ver que eles dão conselhos e, assim, os números aumentam. O conhecimento esportivo prévio das figuras públicas também ajuda, pois é mais fácil apostar para aqueles que sempre acompanharam o futebol e conhecem a tradição de um clube; eles podem usar essas ferramentas, assim como as figuras esportivas, para patrocinar uma marca".

Outro ponto destacado por Agudelo é que "estamos diante de uma comunidade que precisamos atingir com uma publicidade que gere curiosidade, que gere aquela faísca para que eles vejam do que se trata, não podemos fazer uma publicidade plana". Com base nesses pontos, temos uma base sólida para atingir um número específico de pessoas".

Para concluir, José Aníbal Aguirre destacou sobre os eSports que "Em vários painéis do GAT vimos o interesse nesse tipo de aposta e está claro que o setor e o jogo se unem para promover a regulamentação para que a atividade de eSports cresça na Colômbia. Acho que estamos no caminho certo para atender às expectativas de que a atividade de eSports seja realmente profissional".