“A Europa é o seu lar”, afirmou Roberta Metsola ao inaugurar a SiGMA Central Europe em Roma.

A presidente do Parlamento Europeu, Hon. Roberta Metsola, esteve hoje em Roma para abrir oficialmente o evento inaugural da SiGMA Central Europe. Antes de seu discurso, Metsola reuniu-se com representantes de Malta, incluindo o embaixador maltês em Roma, H.E. Daniel Azzopardi, o CEO da GamingMalta, Ivan Filetti, e Keith Zammit, CEO da Elevate AI.

Ao subir ao palco, sua mensagem foi de acolhimento:

“A Europa é o seu lar” — lembrou ao público — “um lugar do futuro, determinado a facilitar, agilizar e tornar mais seguro o operar, empreender e crescer.”

Diante de um auditório lotado, seu tom foi caloroso:

“É uma honra inaugurar a SiGMA, aqui mesmo em Roma, o coração da Europa”, declarou.

Uma indústria respaldada por milhares de expositores e delegados que Metsola descreveu como “os pilares da Europa da próxima geração” e “uma das maiores reuniões do seu tipo no mundo.”

“Estou muito orgulhosa de que a SiGMA tenha começado na minha ilha natal, Malta.”

Sorrindo, lembrou seus dias universitários ao lado do fundador da SiGMA, Eman Pulis:

“É fantástico ver como a sua ideia evoluiu de um pitch para uma plataforma global. Estamos muito orgulhosos de você, e o nosso país tem muitos motivos para se orgulhar — acima de tudo, do seu povo, muitos dos quais estão aqui hoje.”

Ao abordar a indústria tecnológica e de jogos na Europa, Metsola destacou uma visão mais ampla. Mais do que números ou gráficos de crescimento, o que se vê é:

“A prova de que o nosso modelo europeu funciona — que podemos ser pró-empresa, ter uma visão de futuro, estar abertos à inovação e à nova tecnologia, enquanto agimos com responsabilidade e protegemos os mais vulneráveis.”

“O equilíbrio entre crescimento e responsabilidade é o que torna a Europa única. Ele traz previsibilidade aos investidores, gera confiança entre os usuários e permite que a criatividade floresça sem deixar ninguém para trás.”

Entretanto, advertiu que, se a Europa quiser continuar competitiva, deve ser honesta sobre o que ainda a impede de avançar:

“A regulação na Europa é essencial, mas continua sendo excessivamente fragmentada.”

Esse equilíbrio, explicou, é prejudicado por sistemas de licenciamento, regimes operacionais e normas publicitárias diferentes, o que dificulta o planejamento, a expansão e a operação das empresas além das fronteiras — algo que, segundo ela, precisa mudar.

Metsola sugeriu que ideias como o regime 28 — um marco europeu único e opcional para empresas — merecem ser exploradas. Essa proposta facilitaria a expansão dos operadores, respeitando as decisões nacionais:

“É o salto que devemos considerar coletivamente como continente, mas também como gigante internacional global.”

O recado dos empreendedores de tecnologia, jogos e finanças, segundo ela, é sempre o mesmo:

“A Europa precisa se mover mais rápido, facilitar o investimento. Precisa crescer e assumir riscos. Querem uma Europa que apoie — não uma que atrapalhe.”

“A Europa não pode funcionar com nostalgia; não podemos nos apegar a velhas fórmulas e esperar novos resultados”, alertou.

Para liderar e inovar, afirmou, as empresas precisam de ferramentas e liberdade para competir globalmente, compreender as novas dinâmicas e demonstrar como a Europa pode liderar.

“Quero que o modelo europeu signifique algo claro: inovação, e não sobre-regulação; implementação, e não burocracia desnecessária; resultados, e não papelada. Uma regulação direcionada que ofereça previsibilidade.”

Por fim, concluiu que o cumprimento normativo não deve consumir a maior parte do tempo das empresas.

“A regulação é importante, mas deve ser inteligente — centrada em quem descumpre as regras, não em quem as respeita. E nisso há um consenso geral.”

“Este é um momento que a Europa não pode deixar passar. Podemos moldar esta nova era tecnológica — ou ver outros fazê-lo por nós. Não fomos feitos para seguir.”

“As oportunidades na economia digital mais ampla são imensas”, enfatizou. “Elas podem tornar as plataformas mais seguras, transparentes e justas. A Europa deve estar na vanguarda dessa transformação.”

O que nos impede, explicou, é a falta de apoio e financiamento. De fato, como mencionou, a Europa conta atualmente com mais profissionais de IA e tecnologia per capita do que os EUA e quase três vezes mais do que a China.

Por isso, afirmou, a União Europeia planeja mobilizar 200 bilhões de euros para as indústrias de IA e digitais. Também fez referência à União de Poupança e Investimento, destinada a redirecionar recursos para startups e pequenas empresas que buscam se expandir além das fronteiras ou trabalhar para companhias europeias.

“A todos vocês que estão construindo o futuro da tecnologia e da criatividade digital — sigam em frente. Estão provando que a força da Europa não está em olhar para trás, mas em moldar o que vem pela frente. E asseguro: estamos com vocês.”